Carta aberta à Deputada Chris Tonietto
- Politiza MT
- 7 de jun.
- 3 min de leitura

Cara Deputada,
É honesto, salutar, respeitoso e corajoso que venha a público se defender das acusações às quais se refere em seu tweet. Todavia, preciso dizer o que segue abaixo.
A falta de preparo dos nossos congressistas é algo que nos assusta.
Direto ao ponto: nossos deputados não estão preparados para lidar com a esquerda e tampouco sabem contra quem — e contra o quê — estão lutando.
O desespero para justificar suas ações me demonstra que a senhora realmente não é canalha, como acusaram alguns. Entretanto, como diria Olavo — e aqui o ouço falando claramente, não por soberba, mas como quem brinca com quem ama e quer o bem de quem critica... — "que coisa burra, meu Deus do céu!"
"O PL nasceu para combater injúria racial em estádios e redes sociais. O projeto ORIGINAL dos deputados Tia Eron e Bebeto tinha escopo limitado: tipificar injúria racial direta, aumentando a pena de 1-3 para 2-5 anos. Alguém é contra isso?"
Essa é a pergunta típica de quem ainda não entendeu nada do que vivemos, mas está cheio de boa vontade.
Como dizia o velho Roberto Campos:
"O mundo não será salvo pelos caridosos, mas sim pelos eficientes."
Nossos representantes conservadores não são eficientes. Repito: não estão preparados para esse momento, que exige conhecimento de guerra cultural e compreensão dos métodos de divisão social empregados pela esquerda.
E aqui, não me refiro ao racismo que de fato existe no Brasil — nem ao racismo que é fomentado pela esquerda. São duas coisas diferentes. Falo de algo mais sutil, com implicações profundas para a sociedade.
Legislar, criar burocracias, criar especificidades, criar categorias penais — esse é o modus operandi da esquerda. Controle, sempre controle!
Neste caso específico, é ainda mais bizarro, pois trata-se, na prática, de um controle especial sobre a internet e sobre os estádios de futebol, lugares onde a esquerda não tem vez.
No primeiro caso, são os primeiros passinhos rumo ao controle social da rede. Aqui se admite que a internet precisa de legislação especial. E não adianta dizer que não é isso — porque esse é o efeito prático e subjacente da proposta.
No segundo, vossas excelências corroboram aquilo que já é mantra entre jornalistas esportivos de esquerda:"precisamos mudar a cultura do futebol brasileiro""estádio é ambiente machista, tóxico...", e por aí vai.
Em resumo: nossos deputados, munidos apenas de boa vontade (e, no seu caso, acredito sinceramente que seja isso), mas sem preparo — ou apenas com um preparo superficial, cheio de chavões, citações fáceis e pouca compreensão real do problema — acabam desempenhando o papel de idiotas úteis. Gritam e esperneiam contra a esquerda, mas reiteradamente caem em suas armadilhas. Depois, precisam vir a público se explicar para seus eleitores. E, no processo, expõem sua sinceridade... e sua fragilidade.
Tenho certeza de que a Deputada concorda: racismo é racismo em qualquer lugar. Da mesma forma que injúria é injúria em qualquer lugar. Assim como roubo é roubo em qualquer lugar. Temos um Código Penal que vale para qualquer espaço — real ou virtual — e, ao menos no papel, para qualquer cidadão.
Criar legislações especiais, como a Lei Maria da Penha, serve apenas para categorizar, controlar e restringir liberdades, transformando o indivíduo que se encaixa num grupo previamente tipificado em potencialmente culpado, antes mesmo de qualquer apuração. Basta observar as distorções e o que homens passam por conta de uma lei "específica" e "bem-intencionada". Aliás, algo que é tema da direita no Congresso.
Respondendo à sua pergunta, Deputada — quem é contra isso?" — a resposta só pode ser:
Qualquer um que tenha neurônios em funcionamento e entenda quem é a esquerda e o que ela faz.
Quer defender aumento de pena para racismo? Tudo bem.Quer aumento para homicídio? Furto? Desvio de verba pública? Perfeito!Mas, por favor, caros congressistas da direita brasileira, conservadores autênticos: aprendam de uma vez por todas que homicídio é homicídio!E que o tal do “feminicídio” é apenas um instrumento narrativo de engenharia social, criado para categorizar grupos e dividir a sociedade conforme as agendas da esquerda.
Mais uma vez, sendo propositalmente repetitivo para fixar o conceito: o sujeito ofendido num estádio ou na internet sentirá o mesmo que sentiria se o fato ocorresse na praia, no shopping ou numa feira livre! Seres humanos são seres humanos na vida real, como num estádio de futebol, na rua, na chuva, na fazenda, numa casinha de sapê e na internet!
Por fim, Deputada, agradeço seu trabalho, suas ações, sua luta e seu comprometimento. Errar e aprender sempre faz parte do processo. Torço para que esta carta sirva como convite à reflexão. Como está em Provérbios 27:6,
"Leais são as feridas de um amigo, mas os beijos dos inimigos são enganosos."
Que Deus nos abençoe e abençoe o nosso Brasil.
Fonte: Gustavo Reis







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